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Rede Lucy Montoro realiza o II Encontro do Projeto Pessoa com Deficiência em Ação

EncontroPacientes

No dia 22 de março, o Instituto de Medicina Física e Reabilitação (IMREA) realizou o II Encontro do Projeto Pessoa com Deficiência em Ação.

A nova edição buscou discutir a participação da pessoa com deficiência no Carnaval de rua de São Paulo e recebeu como convidados alguns dos responsáveis pela produção de blocos e alas de escolas de samba inclusivas. O debate foi introduzido e mediado pelo Dr. André Sugawara, médico fisiatra do IMREA – Rede Lucy Montoro de Reabilitação, e contou com a participação da presidente do Conselho Diretor do IMREA e idealizadora da Rede Lucy Montoro, Profa Dra Linamara Rizzo Battistella.

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“Precisamos ser ativos e estar atentos para que direitos universais não sejam ostentados como luxos à pessoa com deficiência. Não existem duas classes, dois mundos ou duas categorias de cidadãos. Tivemos muitas lutas no passado e chegamos até aqui, essa jornada é longa e não vamos deixar ninguém para trás”, comentou Sugawara.

Diversos temas foram expostos e debatidos ao longo do encontro, como a importância da pessoa com deficiência na cena do carnaval de rua como forma de lazer e ocupação e a eleição da primeira rainha de bateria com deficiência no bloco Tomo Junto. “Pela primeira vez, conseguimos dar visibilidade para este tipo de público. Antes eles não acreditavam que era possível sair às ruas e curtir o carnaval como qualquer outro folião”, comentou Pedro Anacleto, produtor do bloco.

Vanessa Dias de Oliveira, produtora da ala inclusiva da escola de samba Rosas de Ouro, contou aos presentes a trajetória da iniciativa, que completou o 15º desfile neste ano e que começou pelo desejo de uma criança com deficiência de participar do carnaval, que aos poucos, foi agregando mais pessoas até a criação da ala. “Chegamos a colocar em cima do carro alegórico cinco cadeirantes no primeiro desfile da ala, que antes não podiam entrar avenida. Hoje atingimos 150 integrantes com deficiência”, contou Vanessa.

A partir desse trabalho, Vanessa trouxe outros conceitos para dar mais alegria e integração aos componentes. Assim, surgiu o projeto de moda inclusiva (fantasias customizadas) que dão vida à ala, conseguindo igualdade entre todos os integrantes da escola. “Aqui somos todos iguais, não vamos desfilar de roupa branca e sim com fantasias customizadas exclusivamente para estes integrantes. Hoje nossa ala é muito respeitada!”, concluiu Vanessa.

Para Marciel Alves da Silva, diretor da Divisão Técnica de Acessibilidade e Comunicação Inclusiva da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e produtor do projeto “Samba com as Mãos” (grupo de intérpretes da alas inclusivas para deficientes auditivos), toda escola precisa de uma ala como esta, onde os deficientes devem ser cobrados igual aos demais participantes. “É um trabalho que deveria existir em todas as escolas”, frisou.

Os participantes do encontro também destacaram a importância desta oportunidade para a participação em outros eventos do carnaval de rua de São Paulo: “Nunca tinha desfilado em blocos ou escolas e, após participar do desfile da ala inclusiva da Rosas de Ouro, me senti seguro para entrar na massa carnavalesca. Participei de blocos grandes, que arrastam multidões, e senti proteção e solidariedade para com os cadeirantes”, comentou Marcílio da Silva Ferreira.

Já para Daniel Silva, paciente do IMREA Rede Lucy Montoro e integrante da ala inclusiva da Rosas de Ouro, a escola contribuiu muito para sua reabilitação. “Hoje vejo que tenho condições de desfilar em blocos de rua e no sambódromo. Acredito que precisamos ocupar os espaços e nos fazer visíveis. O carnaval é uma grande vitrine para que o mundo nos conheça”, ressaltou.

Projeto
Idealizado pelas equipes de Comunicação e do Serviço Médico em parceria com a Associação para Educação, Esporte, Empreendedorismo e Direitos dos Pacientes da Divisão de Reabilitação do Hospital das Clínicas (AEDREHC), o projeto tem por objetivo a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, por meio da ocupação de espaços públicos e privados, rompendo barreiras físicas e atitudinais e tornando-os protagonistas de um processo de transformação.

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