Um dos mais preocupantes cenários envolvendo o ser humano não para de crescer: os acidentes e violências envolvendo crianças e adolescentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas ocorrências representam o maior problema de saúde pública em países em desenvolvimento e podem atingir até 1 bilhão de vítimas anualmente em todo o mundo, considerando casos de abandono, violência física, violências sexual, abuso emocional e negligência contra crianças e jovens entre 2 e 17 anos.
No Brasil, as estatísticas apontam para mais 800 mil casos de violência contra vítimas de até 14 anos, incluindo violência sexual, violência física, violência psicológica, negligência e abandono, nos últimos dez anos. Número elevado que não considera o agravante da subnotificação (casos em que não são denunciados). Outra realidade também subdimensionada são os casos de doenças raras. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças raras afetam até 65 pacientes a cada 100 mil pessoas. Considerando que existem entre 6 e 8 mil doenças raras diferentes, elas atingem um percentual considerável da população brasileira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existem 15 milhões de brasileiros com alguma enfermidade considerada rara, causando sofrimento, dificuldade de convivência entre pares e exclusão social. Também algo que pouco se fala, mas é altamente alarmante, são os casos de mortalidade materna e neonatal. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência da ONU para assuntos relacionados à saúde sexual e reprodutiva, alerta para a gravidade do crescente número de mortes relacionadas a complicações no parto, gravidez e puerpério, denunciando a necessidade urgente de investimento público em saúde materna.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, órgão ligado a OMS, a mortalidade materna é inaceitavelmente alta: todos os dias, cerca de 830 mulheres morrem em todo o mundo por complicações relacionadas à gravidez ou parto. Em 2015, foram estimadas 303 mil mortes de mulheres durante ou após a gravidez e o parto. Praticamente todas essas mortes ocorrem em países de baixa renda, e a maioria delas poderia ter sido evitada. Prevenção à violência e proteção a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade; diagnóstico precoce e atenção às pessoas com doenças raras; prevenção e redução de mortalidade materna e neonatal são alguns dos projetos contemplados pelo Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), vinculados à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e ao Hospital das Clínicas de São Paulo.
Foram selecionados 70 projetos pela FAPESP e 12 são vinculados ao Sistema HC/FMUSP que receberão apoio financeiro para atender a população acima exemplificada, entre outras. Como contribuição para a concepção, execução e estratégias de apoio ao desenvolvimento e aprimoramento dos projetos nas áreas de Informações de Saúde, Violência e Mortalidade; Estratégias de Acesso a Tecnologia no SUS e Formação e Capacitação para a implantação e desenvolvimentos de Políticas Públicas foi criada a Cátedra Inova HC/FMUSP de Pesquisa, Inovação e Implementação de Políticas Públicas de Saúde.
A cerimônia de lançamento da Cátedra Inova HC/FMUSP está marcada para dia 03 de setembro de 2024, terça-feira, às 10h30, no Auditório do Instituto de Radiologia do HCFMUSP – InRad.
Na ocasião, os projetos contemplados pela FMUSP serão apresentados pelos respectivos coordenadores.
AGENDA:
LANÇAMENTO: Cátedra INOVA HC/FMUSP de Pesquisa, Inovação e Implementação de Políticas Públicas de Saúde
DATA: 03 de Setembro de 2024, terça-feira.
HORÁRIO: 10h30 LOCAL: Auditório do Instituto de Radiologia do HCFMUSP – InRad
ENDEREÇO: Travessa da Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 75, Cerqueira César – São Paulo.
Confira os projetos relacionados ao HC/FMUSP contemplados pela FAPESP:
PROJETOS INOVADORES DO SISTEMA HC FMUSP RECEBEM APOIO DA FAPESP