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Atividade de cartonagem promove desenvolvimento motor e criatividade dos pacientes do Instituto Lucy Montoro

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Com materiais simples e muitas vezes reutilizados – como coadores de café usados – 43 pacientes do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro (IRLM) e seus acompanhantes participaram da Oficina Terapêutica de Cartonagem realizada no feriado de 7 de setembro, um dia de confraternização e desenvolvimento para todos que participaram.

Cartonagem é o processo de utilização de papéis novos e reutilizados para o revestimento de objetos como caixas, capas de cadernos e agendas etc., formando desenhos ou composições de imagens. Depois que os papéis são colados, os objetos recebem uma camada de cola branca que funciona como um verniz para proteger o revestimento e garantir sua durabilidade.

Essa oficina é oferecida regularmente na Unidade Lapa do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do HCFMUSP (ImRea) como atividade de pós-reabilitação, mas foi realizada como atividade especial para os pacientes do IRLM ainda em reabilitação em setembro.

Sob a responsabilidade da instrutora e professora de artes Jacqueline Fátima Simões, a Oficina tem um caráter profissionalizante, permitindo aos participantes com deficiências físicas desenvolver uma atividade de geração de renda que possa ser realizada em casa. “Mesmo depois que a pessoa aprendeu e começa a desenvolver sua atividade, ainda damos um suporte, permitindo o uso dos equipamentos de maior porte que temos, como a máquina de encadernação de livros e cadernos”, explica Jacqueline. É ela quem cria os modelos e testa materiais para depois ensinar aos alunos.

Os coadores de café usados, por exemplo, são recortados e colados de forma sobreposta, em tons de marrom que lembram um papel antigo, escurecido pelo tempo.

Segundo a psicóloga Ana Clara Portela Hara, responsável clínica pela atividade desenvolvida em setembro, nos feriados a equipe organiza atividades terapêuticas que fujam da assistência clínica convencional. “Procuramos trazer atividades mais lúdicas, culturais, que promovam a socialização, a interação, a criatividade e a autonomia”, afirma. “Esse é um primeiro estímulo para os pacientes que ainda estão na reabilitação, mas que daqui passarão à reabilitação profissional. Enquanto eles estão aqui, é uma forma de mostrar que são capazes de produzir e descobrir novas atividades. Ao sair, pode se tornar uma fonte de renda.”

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Descoberta de talentos

Outra atividade que costuma ser desenvolvida é a culinária. “Já fizemos uma oficina de cupcakes e depois todos se reuniram para um piquenique. Sempre pensamos em coisas que podem ser comercializadas, além da questão simbólica de que todos possam dizer ‘Eu fiz, sou capaz’”, explica Ana Clara. “A culinária também é interessante porque exige planejamento e desenvolve os aspectos motores e cognitivos.”

Cada oficina é coordenada por um serviço diferente da equipe multiprofissional do IRLM, com o apoio de setores afins. No caso da culinária, por exemplo, a organização coube às equipes de Nutrição e Terapia Ocupacional.

O paciente Vanderson foi um dos participantes da oficina de cartonagem. Em sua oitava semana de tratamento, ele é portador da Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que causa inflamação dos nervos e consequente fraqueza muscular. No caso de Vanderson, a doença comprometeu os movimentos das pernas, mas ele acredita que poderá voltar a andar. “Gosto de tudo que eles oferecem aqui e achei muito bacana essa atividade, por ser em grupo e porque descobri uma arte que eu não sabia que tinha”, conta.

Fonte: Jornal da FFM – nº 88 – nov/dez 2016 (para ler a publicação na íntegra, clique aqui).

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