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Com sessão de fotografias e muita emoção, IMREA encerra o projeto sobre visagismo e prepara exposição

Visagismo 1

Durante os dias 8, 12 e 13 de junho, o IMREA encerrou o projeto Visagismo e Automaquiagem, iniciativa que trouxe vivências práticas de autocuidado para pacientes em reabilitação no instituto.

Sob o tema “Rosto: contorno e lábios”, o último módulo também foi conduzido pelo maquiador e visagista da Natura, Celso Lumi, que voluntariamente cedeu materiais e ministrou as aulas. A proposta quis resgatar a autoestima da pessoa em reabilitação, ajudando a construir novas formas de cuidar da aparência.

Visagismo 1
Fotos: Tatiana Pedroso

Para atingir os objetivos, o projeto, contou com o apoio dos Serviços de Psicologia e de Terapia Ocupacional. Os profissionais da equipe multidisciplinar acompanharam os pacientes o tempo todo, auxiliando e incentivando a aplicação dos conceitos assimilados no processo de reabilitação.

Celso, que já trabalhou em diversos eventos de relevância, como a São Paulo Fashion Week, trouxe lições irresistíveis, como a forma correta de fazer o contorno do rosto – “O pincel com iluminador, precisa descer reto até a ponta do nariz e depois é necessário retirar o excesso e esfumar. (…). Não se aplica na testa toda” – e chamou atenção, inclusive, para o uso excessivo de maquiagem – “Hoje em dia existe o termo ‘no make’ que significa excesso, exagero de maquiagem e deixa um aspecto grosseiro no resultado final. O correto por exemplo é usar um iluminador para devolver a vitalidade da pele, ao invés de dar o aspecto grosseiro e artificial”.

Celso finalizou o último módulo deixando os pacientes à vontade para fazer a parte dos olhos com sombra, máscara e passar batom, com um toque especial de cores vivas. O profissional orientou que os participantes treinem em casa os conceitos aprendidos. “Temos dificuldades na vida, mas não podemos desistir de enfrentar diariamente nossos desafios. Para isso, temos que nos cuidar, nos amar e nos aceitar. Hoje, com a maquiagem, quis trazer cores para alegrar a vida de cada um de vocês”.

“Não somos estatísticas”
Os participantes elogiaram a iniciativa. “Senti que o projeto devolveu vida para aquele que acha que a vida parou. Muitas pessoas com deficiência param de se olhar no espelho. Mas a cada módulo realizado nos mostrou que podemos nos olhar e nos amar como somos”, salientou Fabiana de Moraes Soares, que atualmente está na Internação do Instituto Lucy Montoro do Morumbi.

No IMREA Lapa, o Gilberto Oliveira, que é atendido na unidade, também avaliou positivamente a experiência.“Sempre fui vaidoso e sempre gostei de me arrumar. Participei do projeto para resgatar os cuidados que tinha antes da lesão e a minha autoestima. Sou advogado e sempre aprendi a me vestir bem e ser vaidoso com meu pai”.

Emocionado, o paciente do IMREA Vila Mariana Daniel Silva de Souza destacou as limitações que conseguiu superar em todo seu processo de reabilitação, que foram percebidas na atividade. “No meu caso, que tive um braço amputado, conseguir chegar até aqui, pegar o rímel, o lápis, os pincéis e reaprender a passar e a retirar a maquiagem foi uma grande vitória. O projeto ‘casou’ maquiagem, visagismo e Terapia Ocupacional, pois hoje consigo me maquiar somente com uma mão. Após a lesão, esquecemos de nós, esquecemos que temos que nos cuidar, a gente acha que é deficiente e que basta tocar o barco como deficiente. Essa vivência nos proporcionou maior empoderamento, reativou em nós o olhar perdido de nos cuidarmos e nos valorizarmos com mais autonomia. Nos ativou a chama de colorir a vida e de ganhar o mundo. Nos mostrou, acima de tudo, que não somos estatísticas, mas existimos”.

“Para além da terapia”
Após o término do módulo, a terapeuta ocupacional e fotógrafa Tatiana Domingos Pedroso, Coordenadora do Serviço de Terapia Ocupacional do IMREA Umarizal, aceitou o convite e, voluntariamente, fez uma sessão de fotos de cada um dos pacientes maquiados e produzidos. A ideia é, posteriormente, levar os retratos para uma exposição comemorativa ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro.

Tatiana falou sobre sua atuação no projeto, desde o primeiro módulo. “Foi muito gratificante, pois permitiu ver os pacientes participarem de maneira ativa no processo de reabilitação, para além das salas de terapia”, observou. “As atividades de autocuidado, especificamente a maquiagem nesse caso, às vezes ficam negligenciadas em detrimento da instalação da deficiência. Destarte, o projeto de visagismo contribuiu e corroborou para o fortalecimento dos aspectos amplamente trabalhados no programa de reabilitação, tais como autonomia, independência e autoestima”.

A profissional, que atuou também como fotógrafa, continua. “O último módulo, especialmente, provocou o desafio de registrar através de uma câmera fotográfica como cada participante colocou-se ao final da atividade. E não foi fácil capturar a história de cada um por meio de uma única imagem. Mas com certeza muitos sentiram-se sensibilizados e valorizados com a oportunidade.”

Confira as fotos do último módulo e dos bastidores da sessão de fotos com os pacientes:

Leia a repercussão na Imprensa Oficial.

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