Pacientes da Rede Lucy Montoro tem tarde cultural no CCBB

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Dando continuidade ao projeto "Pessoa com Deficiência em Ação", o IMREA, em parceria com a Associação para Educação, Esporte, Cultura e Profissionalização da Divisão de Reabilitação do Hospital das Clínicas da FMUSP (AEDREHC), convidou os pacientes e alunos das oficinas terapêuticas para participarem de uma visita guiada ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

A visita aconteceu 31 de janeiro, em comemoração aos 465 anos de São Paulo, celebrado dia 25. Os pacientes tiveram a oportunidade de conhecer um dos prédios mais icônicos da cidade, localizado no Largo do Café, centro de São Paulo.

O tour foi guiado pela equipe de monitores do setor educativo do CCBB e teve início com a explicação sobre a fachada do edifício, construído em 1927, que remete ao estilo neoclássico, retratando os deuses gregos. "Já a recepção, remete à época do café com os frutos e folhas em ouro colocados nas luminárias e no chão. É possível notar também detalhes do período de industrialização, nos metais e ferros colocados nas janelas e vitrais”, explicou a monitora.

Após, os pacientes visitaram a claraboia do edifício, localizada no último andar e os vitrais do andar debaixo com detalhes em ferro, além dos adornos que rementem ao ciclo do café e ao início da era da industrialização.

“Já tinha vindo várias vezes ao prédio e voltei para poder acompanhar o grupo e compartilhar as histórias que conheço de desenhos, animações e sagas que acompanho sobre deuses gregos. Participo dos encontros de animes e gosto das figuras dos deuses. Descobri-los aqui retratados e poder conversar sobre o tema foi muito interessante”, comenta o aluno Pedro Santero Silva, aluno da oficina de teatro do IMREA Lapa.

As monitoras encerraram a visita com um bate papo sobre os conceitos de patrimônio material e imaterial e ressaltaram a importância da ocupação e ressignificação do edifício, que originalmente foi construído para ser um banco elitizado mas que hoje é um espaço público.

“Achei incrível a oportunidade de discutir com o grupo a questão de quem pode acessar as dependências desse edifício, que hoje possibilita o acesso das minorias, antigamente negado pela sociedade. Essa ressignificação do acesso ao edifício rompe as barreiras físicas e atitudinais enfrentadas pela pessoa com deficiência.”, comentou a monitora Gabrielle Martins que acompanhou o grupo durante a visita.

“A experiência vivida aqui hoje nos mostrou que é possível ocupar e visitar um prédio antigo e que algumas barreiras são superáveis. É um prédio que remete à muita história e que por isso a visita nos enriquece como seres humanos. Tenho certeza que todo mundo que entrou aqui hoje de um jeito e saiu de outro levando uma grande bagagem cultural, histórica e enxergando outras possibilidades de ressignificar o uso dos espaços”, finaliza o paciente Daniel Silva de Souza”, paciente do IMREA Vila Mariana.

O projeto "Pessoa com Deficiência em Ação" promove o protagonismo e a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade por meio da ocupação de espaços públicos e privados.